O World Economic Forum discute o futuro do trabalho em um horizonte de cinco anos. Como deve o varejista encarar esta questão?

O Fórum Econômico Mundial (FEM), também conhecido como World Economic Forum (WEF), é uma organização internacional sem fins lucrativos que visa a facilitar encontros entre empresários, líderes políticos e representantes culturais que possuam o potencial de influenciar as agendas industriais, regionais e globais.

No último mês de maio, o FEM publicou a quarta edição do relatório que trata do futuro do trabalho com previsões para o quinquênio iniciado em 2023.

O documento foi construído com base na perspectiva de 803 empresas que empregam mais de 11 milhões de pessoas e oferece, como uma das principais conclusões, a ideia de que, atualmente, a mudança para um mercado mais verde e suscetível à influência da inteligência artificial (IA) é notável pela possibilidade de criação de novos postos, embora esses câmbios estejam sendo alardeados como duas grandes ameaças ao futuro do trabalho.

Frente a essa ambígua situação, a manutenção do sucesso das empresas certamente depende de gerenciar  tais questões como oportunidades de incorporação de vantagem competitiva para o crescimento.

Servir como bússola

Para embasar as conclusões destacadas pelo FEM e servir como bússola para a tomada de decisão estratégica para os próximos cinco anos, o relatório se apoia em uma profusão de dados. Para este artigo são destacados alguns dos que atendem ao propósito de alertar varejistas sobre a necessidade de se posicionar ativamente frente às mudanças esperadas.

Segundo o documento, mais de 85% das organizações pesquisadas identificam o aumento da adoção de novas tecnologias e a ampliação do acesso digital como as tendências mais propensas a impulsionar a transformação  de suas organizações. Em paralelo, as empresas investigadas afirmam que a incorporação de padrões Ambientais, Sociais e de Governança (ASG) mais rigorosos também terão influência significativa em seu modus operandi.

As referidas agendas de transformação dos negócios pautadas pelas mudanças tecnológicas e de ASG devem, entretanto, ser abordadas levando em conta um cenário macroeconômico de aumento do custo de vida e de crescimento econômico lento.

Variáveis encadeadas

Ainda que com as anteriores ressalvas, big data, computação em nuvem e inteligência artificial devem ser amplamente adotadas. Mais de 75% das empresas reportam que irão recorrer a tais tecnologias nos próximos cinco anos.

Especificamente no que tange à digitalização do comércio e negócios, 86% das organizações entrevistadas reportam a intenção de incorporar plataformas digitais e aplicativos a suas operações no mesmo período. O comércio eletrônico e negócios digitais, por suas vez, deverão ser adotados por 75% das empresas.

Esses indicadores somados a outros citados pelo FEM tornam urgente a adoção de medidas condizentes com o momento. Isso posto, é necessário atentar-se para variáveis encadeadas, tais como a velocidade da mudança, a configuração de modelos de negócio e a consequente necessidade de formação de um corpo de colaboradores capacitados para liderar as mudanças.

Este último, deve ser suportado por vultosos investimentos em educação. Nesse universo, o relatório destaca, espera-se um crescimento de 10% sobre o número de vagas existentes nesta indústria ou cerca de 3 milhões de postos.

Referências: 
O debate sobre o ora exposto e a leitura detalhada do relatório disponível em https://www3.weforum.org/docs/WEF_Future_of_Jobs_2023.pdf?_gl=1*1op3iam*_up*MQ..&gclid=CjwKCAjwsvujBhAXEiwA_UXnAFzmk6UeD-MQqZ87srinEYog3Kez2sDIWN_xIgaVWNfP539byybEFBoCDPQQAvD_BwE deverão inspirar novas perspectivas sobre o assunto. Recomendamos a leitura e o compartilhamento das ideias.

Texto escrito Por David Douek

David Douek é Diretor Vogal do IBEVAR, mestre e doutorando em administração pela FEA USP, arquiteto e urbanista pela FAU USP e administrador de empresas pelo Mackenzie. Fundou e dirige a OTEC, empresa de consultoria que atua no setor de real estate. Possui especializações em Green Buildings (Colorado State University), Investimentos Imobiliários (FGV), e Operações de Mercado Financeiro (FIA). Atua, também, como conselheiro do capítulo brasileiro da IBPSA.

Fonte: Redação IBEVAR