NRF Retail ‘s Big Show, realizado em meados de janeiro, ainda rende assunto. Por ser o maior evento do varejo mundial, gera a partir de suas apresentações, muitas projeções futuras para o mercado. O ano promete ter muitos avanços e inovações para o setor.
O mercado vive a potencialização da presença digital com a aplicação da tecnologia nos processos, modelos de negócios escaláveis, sistemas produtivos inteligentes e autônomos. As empresas buscam soluções para se transformar e quebrar muitos paradigmas de gestão e comportamento. Afinal, o Brasil ocupa hoje, a 57ª colocação no Índice Global de Inovação (IGI) entre 132 países. Empresas e sociedade estão desempenhando um importante papel em manter a inovação no País e acompanhar a Transformação Digital que não deixa outra alternativa no mundo de hoje.
O futuro do varejo
O ano de 2022 promete ser mais um ano de muitos avanços e inovações para o setor de varejo. Multicanalidade, novas tecnologias, hospedagem na nuvem e Metaverso, são algumas das tendências apresentadas na NRF Retail ‘s Big Show, realizado em meados de janeiro, mas que ainda rende assunto, por ser o maior evento do varejo mundial e gera a partir de suas apresentações, muitas projeções futuras para o mercado. Sem edições presenciais há dois anos, o evento reuniu em Nova York (EUA) entre os dias 16 e 18 de janeiro mais de 15 mil varejistas, fornecedores e especialistas do varejo.
As principais tônicas dos encontros e que despertaram grande interesse dos participantes, foram os temas que envolveram o surgimento do Metaverso no varejo, a preocupação com a sustentabilidade e questões de diversidade. Todos esses assuntos foram colocados em destaque nas agendas de ações das empresas que buscam a evolução diante do novo cenário de consumo e alguns novos conceitos direcionados a empatia com o consumidor.
Consolidação do uso da tecnologia
Algumas tendências já presentes no exterior estão se tornando realidade no Brasil e podem ter espaço de expansão por aqui, tais como a multicanalidade; a adoção e atualização mais rápidas de novas tecnologias; a consolidação do uso de tecnologias cloud e mobile e o surgimento de novas plataformas imersivas, onde o Metaverso aparece novamente como tema de destaque.
Vamos entender melhor cada uma delas:
Multicanalidade e OmniChannel
O conceito de oferecer vários canais de compra ao consumidor como sites e aplicativos de celular além da própria loja física tem sido uma nova realidade no varejo a partir da mudança de comportamento do consumidor. Mas para que a Multicanalidade e o OmniChannel funcionem é importante uniformizar processos e deixar claro para o consumidor que a jornada de compra dele faz parte da mesma empresa e ele vai ter a experiência de compra igual em todos os canais.
Implantação de novas tecnologias
O varejo físico seguirá com alta demanda por adoção de tecnologias que viabilizem seus modelos de negócio. A eficiência operacional em processos que facilitam o pagamento aos consumidores e que ao mesmo tempo auxiliam os varejistas no controle de estoque em tempo real, por exemplo, estão na ordem de prioridade dos planejamentos estratégicos das empresas.
Soluções de varejo na nuvem
A hospedagem de soluções de varejo em nuvem resulta em redução de custos, maior confiabilidade, aumento de eficiência e segurança. Observando as tendências do setor internacional, os varejistas brasileiros começaram a trilhar por esse caminho já há algum tempo. Entretanto, para chegar mais longe, as empresas precisam investir sempre em infraestrutura tecnológica para modernizar os processos e atender as exigências do mercado atual e moderno. Sistemas cloud e mobile são boas soluções para diversos processos do varejo.
A realidade do Metaverso
Todas essas tendências mencionadas já estão a pleno vapor no varejo, com implantação acelerada e até mesmo acompanhando inovações que acontecem nesses segmentos (canais virtuais de comunicação com o cliente, tecnologias de controle, hospedagem de soluções, etc), entretanto, o tema que teve grande repercussão no evento em Nova York está ainda no campo das projeções futuras para o varejo. E estima-se um futuro breve, já que o ambiente virtual é mais que uma realidade hoje.
Na NRF, o Metaverso ganhou grande destaque e explorou-se muito o que se sabe sobre esse conceito e como ele será aplicado. Em linhas gerais, na prática funcionará como uma extensão digital do mundo e que vivemos. Nele será possível trabalhar, dirigir, comer e passear pelos corredores das lojas virtuais escolhendo e comprando os produtos. Quem fará essa missão é o avatar do consumidor que controlará tudo pelo meio digital. Só pode não controlar seu impulso de compra, já que esse ambiente pode oferecer experiência de loja, podendo deixar a compra virtual mais emocional e, por essa razão, levar ao consumo por impulso.
Essa é uma tendência para os próximos 5 ou 10 anos, contudo as empresas já estão se movimentando para inserir esta tecnologia em suas estratégias, afinal, as futuras gerações que nasceram na era digital, serão mais de 50% dos consumidores nos próximos anos.
Online e offline unidos
Apesar dessa realidade virtual estar cada vez mais próxima, o evento também discutiu a importância da integração do varejo físico com o digital. As soluções que permitem integração real entre o mundo físico e o digital moveram o mercado nos últimos anos, principalmente durante a pandemia. É essencial pensar na implantação de modelos criativos, como acontece com as lojas físicas que estão ganhando inúmeras novas funções, como hubs logísticos. O consumidor de hoje busca comprar de marcas que criam experiência e não apenas vendas.
É fato que as compras on-line continuarão crescendo, porém, muitos clientes relatam que os principais motivos pelos quais optam por visitar uma loja, incluem tocar e sentir os produtos antes de comprá-los. Estamos falando de mais um conceito que se apresenta como uma tendência de mercado, que deve inclusive, ser constantemente aprimorado: a experiência do consumidor também no canal de vendas físico. Portanto, a abordagem híbrida é mais uma mudança fundamental no comportamento do consumidor que deve ser bem analisada nas operações, nas cadeias de suprimentos, no uso das tecnologias, etc.
Diversidade, inclusão e sustentabilidade
O RNF também destacou que boa parte dos clientes mudam os hábitos de compra em prol da sustentabilidade. Essa é uma tendência que vem se desenhando há algum tempo, mas que ganhou evidência nas jornadas de compras dos clientes.
Pesquisas mostram uma crescente preferência dos consumidores pelas marcas que adotam projetos de sustentabilidade, apoio à diversidade, combate ao machismo ou qualquer tipo de preconceito. E essas ações não precisam estar diretamente associadas ao produto desejado, mas sim ao posicionamento da marca diante desses assuntos. Ou seja, vemos outro conceito em alta nos corredores e salas do NRF: O ESG.
Muito trabalho pelo caminho
Neste contexto de reflexões e análises da NRF, podemos esperar para 2022 em diante uma nova onda de inovações tecnológicas, soluções criativas para comunicação com o consumidor e logísticas de entregas, investimentos em projetos que atendam a diversidade e a sustentabilidade, novos modelos de estrutura organizacional, processos mais centrados no cliente; Reskilling e Upskilling em todos os níveis da empresa, saúde mental na pauta das empresas, desafios de engajamento, novas profissões e funções; mudanças de estrutura, gestão de riscos e governança. Ou seja, muito, mas muito trabalho pela frente.
Respire fundo e prepare-se! O futuro está apenas começando.
Fonte: Redação IBEVAR