Com adesão às diretrizes deste novo conceito, setor varejista cria novas necessidades de serviço, aumenta produtividade e fortalece relação com clientes e investidores
Em 2008, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) substituiu o conceito ecodesenvolvimento pelo termo Economia Verde. Segundo o órgão da ONU, a reestruturação da palavra visa abranger todo ecossistema mercadológico, atrelado à busca ininterrupta da sociedade em diminuir os problemas ambientais e a escassez ecológica, além de garantir a igualdade social e o bem-estar da humanidade. Dessa forma, muitos países do mundo visam unir seu desenvolvimento econômico a medidas e ações baseadas no conceito e diretrizes da economia verde.
No Brasil, por exemplo, muitas empresas e organizações já estão realizando medidas compensatórias em prol do meio ambiente. Além disso, grandes setores da economia brasileira, como o varejista, pressionam seu ecossistema a focar em soluções e atividades que não comprometam o futuro das próximas gerações, ou seja, no desenvolvimento sustentável. Segundo levantamento feito pela McKinsey & Company, 85% dos brasileiros afirmam se sentirem melhor consumindo produtos sustentáveis. Além disso, é perceptível que as gigantes do varejo, e até mesmo o pequeno e médio comércio, estão indo em direção a essa nova tendência mundial.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Consumo (IBEVAR), a economia verde ressignifica paradigmas do mercado, dá um novo norte para o empreendedorismo e cria diversas necessidades de serviços que podem contribuir significativamente para a economia brasileira. Para Claudio Felisoni de Angelo, economista e presidente do IBEVAR, alguns dos benefícios em aderir ao conceito são as oportunidades em inovação – com a criação de um novo mercado de serviços, aumento da produtividade e fortalecimento da relação com investidores. “O varejo ampliado no Brasil representa aproximadamente 26,2% do PIB brasileiro. Diante disso, quando o setor adere a uma nova modalidade de mercado, como a economia verde, seu impacto é imensurável perante à sociedade. Atualmente, já é possível perceber que as grandes redes varejistas estão adotando práticas e ações verdes, porém, falta ainda um longo caminho para concretizarmos essa mentalidade no mercado”, comenta o economista.
Outro levantamento, realizado pelo Sebrae e publicado pela Fundação Instituto de Administração – FIA, mostra que 91% dos pequenos negócios tem a percepção de que novas oportunidades e modelos de negócios estão surgindo a partir da preocupação com a sustentabilidade. A pesquisa também elenca que 93% dos empreendimentos se dizem comprometidos com questões ambientais. “Quando adotamos práticas sustentáveis em nosso negócio, diminuímos o impacto negativo no planeta, geramos consumo consciente, preservamos e valorizamos nossa biodiversidade, além de garantir mais inclusão social e, consequentemente, temos mais estabilidade em cenários voláteis do mercado”, pontua Felisoni.
“Os benefícios são múltiplos para quem adota medidas sustentáveis em seu empreendimento ou comércio. Contudo, é importante lembrar que em países em desenvolvimento, como o Brasil, faltam incentivos para o pequeno e médio empreendedor aderirem à esses ideais. Não basta apenas as grandes redes varejistas mudarem sua forma de comercializar, sendo que, no país mais da metade do varejo é composto por pessoas que carecem de apoio”, finaliza o presidente do IBEVAR.
Sobre o IBEVAR
O IBEVAR – Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo – é uma instituição sem fins lucrativos, que se propõe a produzir conteúdo no setor de Varejo & Consumo, promover networking entre executivos que atuam nessa área e gerar negócios entre os participantes. O IBEVAR atua em conjunto com o PROVAR/FIA no desenvolvimento dos executivos de varejo. www.ibevar.org.br
Fonte: IBEVAR