O e-commerce é um setor que praticamente não existe sem o apoio e a utilização dos dados digitais. Mas acredite: apesar de tudo isso, não são poucas as lojas que tratam o assunto como coadjuvante em suas estratégias.

Chega a ser inacreditável que em pleno 2023, três anos após uma pandemia que forçou a digitalização de processos em todas as áreas, ainda seja necessário a gestores e profissionais a importância da frase que está no título desse texto.

Os dados não receberam a alcunha de “novo petróleo” à toa. Eles se tornaram tão importantes que passaram a ser a fronteira que separa uma empresa de sucesso daquela que não consegue se destacar.

Invariavelmente, uma organização bem sucedida é aquela que sabe o que fazer com as informações coletadas e, principalmente, que enxerga nelas a inteligência necessária para melhorar sua operação.

Entretanto, para os lojistas que ainda não ficaram convencidos da importância dos dados, cinco fatores fundamentais reforçam a necessidade de colocá-los no topo das prioridades de seu negócio em 2023. Confira:

1 – Personalização e experiência do consumidor

Se houve uma mudança significativa no e-commerce a partir da aceleração digital provocada pela pandemia de covid-19 foi o tratamento dado aos novos e velhos clientes.

Ficou evidente que para se destacar e atrair a atenção desse volume cada vez maior de pessoas, era preciso abordá-las da mesma forma que na loja física. Ou seja, com atenção e cuidado.

A personalização entrou com força nas lojas virtuais e, atualmente, quem não aposta neste tipo de atendimento certamente será engolido pelos concorrentes.

A questão é que apenas a análise adequada de dados proporciona as condições necessárias para melhorar a experiência do usuário. Principalmente para conseguir atender o usuário quando, onde e como ele quiser.

2 – Integração on e off

Da mesma forma que é evidente a importância da experiência do usuário para a estratégia de negócio, é necessário sempre que possível extrapolar as fronteiras digitais e promover uma integração maior com o mundo “lá fora”, isto é, com as atividades que o cliente faz em seu dia a dia. Isso vale tanto para quem possui operação em loja física como para quem atende apenas virtualmente.

Com as informações certas, a loja virtual pode desenvolver uma série de ações e iniciativas que impactam seu público positivamente.

Oferecer diferentes canais de atendimento é um exemplo claro dessa integração, mas garantir meios de entrega que possibilitam a retirada em pontos físicos também é uma estratégia em alta. O importante, mais uma vez, é saber como fazer essa integração dentro dos desejos e necessidades de seus clientes.

3 – Perfil (completo) do consumidor

Sim, montar o perfil do consumidor é um item básico para qualquer loja virtual. O problema é que a maioria se contenta com informações básicas, como nome, gênero, data de nascimento e local onde mora.

Esses dados são básicos e, num ambiente de intensa competitividade e digitalização, é necessário ir além.

Hoje, já há ferramentas capazes de entregar relatórios completos sobre o perfil de compra de cada pessoa, seus itens de desejo, condições de pagamentos, entre outros.

Com o apoio de Inteligência Artificial, é possível até fazer análises preditivas e antever demandas que eventualmente possam surgir. Quanto mais dados tiver sobre seus clientes, melhor será a tomada de decisão para converter essas pessoas no futuro.

4 – Necessidade de ter dados próprios

A análise de dados faz parte dos negócios digitais desde que a internet começou. É claro que ela foi evoluindo a partir disso e, hoje, é uma verdadeira ciência que integra as mais diversas áreas e profissionais.

O problema é que o grande volume de informações exigiu também a criação de marcos regulatórios para evitar abusos e proteger dados sensíveis dos cidadãos – o que naturalmente muda a forma como lidamos e trabalhamos com essas informações.

No Brasil, a Lei Geral de Proteção aos Dados Pessoais (LGPD) já está dois anos em vigor e dificultou a utilização dos famosos “dados de terceiros” na criação de campanhas e iniciativas digitais.

Assim, mais do que nunca tornou-se imprescindível que cada empresa desenvolva uma cultura orientada a dados, capaz dela própria levantar as informações mais importantes para seu negócio e garantindo a assertividade necessária na elaboração de estratégias comerciais.

5 – Tendências de mercado

Se você não trabalha de forma adequada com os dados, saiba que algum concorrente seu não vai desperdiçar essa chance. A análise de dados está entre as principais tendências do e-commerce há algum tempo e não deve perder sua importância tão cedo.

Apostar nesse recurso, portanto, é praticamente uma forma de sobrevivência e de acompanhar o que seus concorrentes e todo o comércio eletrônico estão fazendo.

O fato é que os dados digitais se tornaram elementos obrigatórios na constituição de qualquer negócio. Independentemente do tamanho da empresa ou de seu ramo de atuação, quem não souber trabalhar com as informações coletadas por ferramentas tecnológicas estará fadado ao fracasso.

Ter um bom preço, condições eficientes de entrega e um bom atendimento são quesitos importantes, não há dúvida. Mas de nada adianta se você não estiver falando a mesma língua de seus consumidores e de seu ramo de atuação – e isso apenas a leitura acurada dos dados consegue fornecer para o lojista.

Texto escrito por Alessandra Montini (Diretora do LabData da FIA)  

Fonte: Redação IBEVAR