A saúde mental está presente atualmente como um pilar nos programas de prevenção de saúde nas grandes empresas. Muitas já tinham projetos em andamento, porém, esse assunto entrou na agenda de prioridades nos últimos anos e a implantação de novos processos passou a ser uma realidade na maioria das corporações brasileiras.
Pesquisas que abordam esse tema apontam que interesse de companhias em criar ações voltadas à redução do estresse cresceu 33% nos últimos 5 anos, enquanto pedidos de afastamento por adoecimento mental saltaram 26% entre 2019 e 2020. Independentemente do tipo de ação que o RH deve adotar, a queda da saúde mental na empresa gera gastos financeiros não estimados, diminuindo não só a rentabilidade da companhia, como também a da produtividade das equipes.
Segundo a OMS, são quase 19 milhões de brasileiros com ansiedade. Em uma pesquisa publicada na Super Interessante, em 2018, temos a referência de ser o país mais ansioso do mundo, com 3,5 vezes mais que a média da população mundial.
Ainda segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), somos os segundo país nas Américas com percentual de pessoas que sofrem de depressão. Dados estatísticos apontam 5,8% da população. Pós pandemia de COVID-19, de acordo com a OPAS (organização Pan- Americana de Saúde), houve um aumento de 25% nos índices de ansiedade e depressão em todo o mundo. Sem contar nos indicadores nacionais. Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA-BR)5, mostrou que 70% dos brasileiros sofrem algum tipo de consequência relacionada do estresse. E desses 70%, temos 30% que são vítimas do burnout.
O mundo corporativo mudou
A saúde mental está presente atualmente como um pilar nos programas de prevenção de saúde nas grandes empresas. Várias empresas, a partir da pandemia, implantaram novos processos para ajudar a tratar casos já instalados com apoio de terapeutas a distância e também processos preventivos como a prática de meditação e mindfulness, rodas de conversa, palestras sobre equilíbrio emocional, stress, burnout, entre outras ações.
“Não podemos mais negligenciar questões ligadas ao adoecimento emocional nos ambientes corporativos”, alerta Alexandre Ayres, sócio fundador da MindSelf. Para o executivo, “a conscientização é o caminho mais seguro para o colaborador e para a corporação. O adoecimento emocional precisa de um entendimento a partir do qual a pessoa afetada percebe que precisa de ajuda. Encontrar esse apoio dentro da empresa faz toda a diferença!”, completa Alexandre.
Papel fundamental dos líderes
Há um movimento crescente no preparo das lideranças para lidar melhor com a situação. Os líderes têm papel fundamental para que o ambiente permita que se possa falar desse assunto quebrando mitos e preconceitos em torno do tema nas empresas.
O adoecimento emocional atualmente já é uma das principais causas de afastamento do trabalho. As empresas, além de oferecer um ambiente aberto a esse tipo de assunto para que as pessoas se sintam à vontade para falar, compartilhar e pedir ajuda, também precisam alinhar as equipes e suas lideranças para estruturar o trabalho, produtividade, resultados, e etc, diante de um possível afastamento de uma pessoa do time.
“Antes era muito difícil para um colaborador admitir para a empresa que estava com ansiedade, com síndrome do pânico, etc… Isso só agravava o problema e trazia muitas outras consequências para a gestão. O ambiente mais aberto e acolhedor permite tratar os casos de forma maia ativa, ajudando o colaborador a se recuperar e voltar mais rapidamente para a sua rotina de trabalho e produtividade”, comenta Alexandre Ayres.
Inteligência emocional
Os RHs mais modernos já perceberam que o caminho do sucesso é a prevenção, criar condições para que tudo seja mais transparente, o diálogo entre líderes e liderados seja mais aberto e participativo, tenha atividades e treinamentos direcionados para o desenvolvimento da inteligência emocional, do que é conhecido agora como emotional skills ou até mesmo de essencial skills.
“O técnico não basta mais, você precisa ser bom com suas emoções e seu autoconhecimento para saber viver e produzir em comunidades. Isso não foi ensinado na nossa tenra infância e nem nas universidades. Então, as empresas que investem nisso rapidamente, percebem incrementos na produtividade dos times, com mais foco, equilíbrio, criatividade e menos adoecimento, afirma Izabela Mioto, Sócia co-fundadora da Arquitetura RH. E ela completa: “Como profissional da área de desenvolvimento humano e professora de pós e MBA de 7 universidades, eu pude perceber um aumento significativo da demanda das organizações na contratação de programas que enfatizem o cuidado com a saúde emocional dos seus colaboradores e, por outro lado, percebi a demanda dos alunos em falar de temas que lhes ajudassem a ter melhores estratégias para fazer a gestão de suas emoções”, conta.
Treinamento da liderança
Diante deste cenário, muitas organizações refletiram sobre a maneira como fazem gestão das pessoas e buscaram reparar as lideranças para esses novos tempos. Afinal, perceberam que o melhor resultado era gerado a partir de estratégias para não perder os níveis de engajamento.
“Trazer a liderança para participar mais ativamente dos programas de bem-estar e de desenvolvimento de emocional é fundamental para um melhor resultado”, diz Alexandre. Ele explica como funciona um case na SAP nos EUA e na Alemanha com o programa de treinamento e incentivo à prática de Mindfulness. “Eles possuem, inclusive, um Diretor de Mindfulness responsável por levar a pratica adiante em toda a organização e mostram que esse tipo de investimento nas pessoas retorna para a empresa em melhores profissionais, mais capacitados para lidar com os desafios atuais e as pressões. Profissionais que não travam e lidam melhor com pessoas, conseguindo extrair melhor o potencial individual de cada um para o bem da coletividade”, conta o executivo.
Uma empresa é um organismo vivo, é composto de pessoas. A importância de cuidar de cada colaborador é dar uma continuidade nos negócios, dar vida aos projetos, dar alma aos processos.
Uma organização saudável diminuirá seu turnover, terá baixo absenteísmo, contará com maior motivação e, consequentemente, alta produtividade de seus colaboradores.
Extensão profissional
O tema se é tão importante que está inserido nos principais desdobramentos do varejo. Como muitos sabem, o IBEVAR possui uma parceria com a FIA – Unidade LABFIN.PROVAR com o propósito de incentivar o desenvolvimento profissional e diversos cursos de Pós graduação e MBA oferecem em suas grades o debate sobre a gestão de pessoas. No MBA Gestão de Negócios: Vendas e Planejamento de Vendas, o profissional tem a possibilidade de aprimorar o soft skills, gerar mais conhecimento sobre a gestão do capital humano, liderança e condução de equipes. Para saber mais, clique no banner.
Fonte: Redação IBEVAR