Com a renda estagnada e a inflação acelerada, os brasileiros mudam seus hábitos de consumo com a finalidade de fazer seu dinheiro render até o final do mês. A projeção realizada pelo IBEVAR para abril 2022 indica queda nas vendas do varejo pelo segundo mês consecutivo.

A inflação voltou a tirar o sono dos brasileiros. Especialistas apontam que março de 2022 atingiu cifras recordes desde o Plano Real. Esse cenário não é positivo, afinal, uma inflação de dois dígitos corrói o poder de compra da população e, consequentemente, muda seus hábitos de consumo.

A nova pesquisa do IBEVAR prevê redução de 0,11% no Varejo Restrito e baixa ainda maior no Ampliado, de 1,48%, em relação a março.

O Varejo Restrito integra os segmentos de combustíveis, lubrificantes, supermercados, alimentos, bebidas, vestuário, calçados, tecidos, móveis, eletrodomésticos, artigos farmacêuticos, materiais para escritório, papelaria, jornal e outros itens de uso pessoal e doméstico e o Varejo Ampliado considera também veículos, motos, peças e materiais de construção.

Cenário deve se repetir

“Os resultados das projeções considerando a renda real das famílias, a taxa de juros e as variações sazonais mostram, infelizmente, um resultado pouco otimista para abril. As vendas tanto continuam mostrando tendência decrescente. A inflação é a principal razão que continua explicando esse movimento”, diz Claudio Felisoni de Angelo, presidente do IBEVAR.

As projeções para Varejo Restrito mostram ainda que o cenário deve se repetir nos dois próximos meses: queda de 0,09% em maio em relação a abril e redução de 0,07% em junho em relação a maio. Em relação a abril do ano passado, as estimativas apontam queda de 2,63% e uma nova baixa de 0,50% no acumulado dos últimos 12 meses. Em maio, a variação mensal registra baixa ainda maior, de 4,38%, e segue a curva de recuo de 1,99% no acumulado. Para junho, as reduções continuam: 3,38% na variação mensal e queda de 2,69% no acumulado.

O Varejo Ampliado segue a tendência de baixa de 1,48% em abril, mas deve apresentar alta de 0,28% em maio e 0,44% em junho, em relação aos respectivos meses anteriores. No comparativo anual, o IBEVAR mostra que maio deverá ter uma queda de 7,77% em relação ao mesmo período de 2021 e nova baixa de 1,63% no acumulado dos últimos 12 meses. Em junho, a variação mensal registra baixa de 5,02% em relação ao ano passado e redução de 2,88% no acumulado.

Segmentos mais afetados

O IBEVAR destaca que no Varejo Restrito, tecidos, vestuário e calçados são os segmentos que deverão registrar a maior queda em abril, com 16,97% em relação a março, seguido de livros, jornais, revistas e papelaria com 14,54%. Os dados apontam também que equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação mantêm-se estáveis nos meses de abril, maio e junho.

As estimativas são calculadas com base nos dados de série temporal coletados da Pesquisa Mensal de Comércio/IBGE.

Projeções para o mercado

O IBEVAR realiza mais de 40 pesquisas periódicas anuais que contribuem com o mapeamento do setor de varejo. São projeções relacionadas a vendas e intenção de compra, inflação e inadimplência, além de realizar pesquisas de tendências das principais datas sazonais e comemorativas de Varejo.

Claudio Felisoni de Angelo ainda enfatiza que o IBEVAR promove as iniciativas de relacionamento qualificado: uma plataforma de interação profissional que vai muito além dos simples encontros sociais. A união de grupos de executivos de alto nível é importante, pois o Instituto é voltado para a troca de experiências de todos os interessados nas atividades direta ou indiretamente ligadas ao consumo das famílias. A organização reúne comitês de Tecnologia e Inovação, Varejo Digital, Gestão de Pessoas e Lideranças Criativas, PRACS e Pricing com um calendário anual de debates de temas relevantes para as melhores decisões do mercado.

 Fonte: Redação IBEVAR