Podemos começar esse artigo com um comentário ilustrativo. É o seguinte: “Evoluímos na captura de informações sobre o consumidor e suas compras na velocidade de uma Ferrari”. Porém, na análise desse amontoado disperso de dados, na maior parte das vezes, “seguimos ao ritmo de uma carroça tracionada por um único cavalo”.É verdade quando o consumidor cruza um caixa eletronicamente equipado é como se ele estivesse em uma potente máquina de ressonância magnética. Seu padrão de consumo é devidamente fotografado. Suas compras dizem muito sobre seus hábitos e motivações. O que compra, quando compra e o que compra junto com o que. Tudo está lá, registrado como em um álbum de fotografia.

Uma empresa de varejo tem por objetivo decodificar o comportamento de consumo do comprador oferecendo o que ele deseja comprar a um preço e condições que remunerem seus fatores de produção e possam proporcionar lucro. Quanto melhor o varejista identificar o comportamento do varejo, tão melhor sucedido será em suas operações.

Ocorre que a captura dos dados é apenas parte do problema. Os dados precisam ser transformados em informações gerenciais. O processo todo é como uma corrida com o uso de bastão. Dois são os corredores: a captura e a análise dos dados. De pouco adianta o varejista embarcar em uma Ferrari no processo de coleta de dados e passar o bastão para uma carroça no momento da análise do que foi obtido.

Uma empresa varejista deve ser rápida nos dois processos. Em outras palavras precisa ser sensível. A sensibilidade requer velocidade de captura, processamento adequado e análise inteligente dos elementos colhidos. Para que isso possa de fato acontecer é preciso repensar toda a operação de varejo. Varejo é eminentemente processo. Processo de transformação de compras em vendas. Portanto, a eficiência produtiva depende largamente do acompanhamento do fluxo de informações ao longo de todo o caminho.

Rastreando os dados pode-se ter maior visibilidade da dinâmica de consumo. Uma dinâmica hoje composta por diversas alternativas. O consumidor vale-se de diferentes modos de interação com as operações varejistas. A esses múltiplos meios de acessar o comprador se dá o sugestivo nome de omnichannel. O monitoramento por radio frequência – RFID – é um recurso tecnológico muito útil no rastreamento das decisões de compra. Informações assim obtidas podem facilitar as políticas de composição de canais na oferta das empresas varejistas. Esse é o tema do painel RFID como ferramenta viabilizadora de sucesso omnichannel.

Fonte: Epistemics | Hugo Neri