O varejo tem uma característica muito típica: a descentralização das operações quando há lojas físicas para atender aos consumidores. E essa característica faz com que ao menos 2 “carreiras” possam ser desenvolvidas nesse setor: uma mais ligada às lojas, operacional e tática, e outra mais ligada à gestão, tática e estratégica.

A carreira que se desenvolve nas lojas tende a demandar do profissional ações bastante concretas, cujos resultados são praticamente imediatos (ocorrem no curto prazo).

Por exemplo, é preciso dialogar com os clientes, escutando-os para saber o que precisam, dando-lhes informações, mostrando os produtos ou tirando dúvidas quando eles solicitam.

Ou ainda reorganizar as prateleiras, repondo ou mudando as mercadorias, ou preparando algum espaço para determinada ação promocional.

Outro exemplo: o cliente pode demandar um desconto extra e o vendedor, então, terá que falar com seu chefe em busca de autorização antes de retornar ao cliente.

Gestão do Varejo

Usualmente há muitos diálogos no dia a dia de quem atua nas lojas e torna-se um diferencial ter atenção constante aos detalhes do ambiente para que tudo esteja organizado e limpo, de forma a proporcionar a melhor experiência possível aos clientes, para que eles desejem retornar sempre.

Já a carreira de quem atua na gestão do varejo solicita do profissional boa capacidade de abstração e paciência para colher os resultados (no médio e no longo prazos): ele passará boa parte de seu tempo analisando dados para sugerir mudanças e melhorias (inclusive para afetar o dia a dia de quem atua nas lojas), expondo e ouvindo ideias em reuniões, preparando relatórios e apresentações, planejando e coordenando projetos, e daí em diante.

Entender os desafios inerentes

Frequentemente os resultados de suas ações dependem de inúmeras interações e mobilização de diversos recursos (pessoas, dinheiro etc.) e, por isso, levam tempo.

O dados que viraram relatório no início da semana podem transformar-se em uma apresentação na reunião da diretoria no final da mesma semana e gerar um projeto, cujos resultados só serão colhidos em seis meses!

Perceber essa diferença ajuda a entender os desafios inerentes a quem deseja mudar de uma carreira para outra.

É preciso se preparar para a nova carreira, bem diferente daquela em que o profissional já estava se desenvolvendo, e ter persistência até tornar-se competente nela.

Texto escrito por professora Erica Custódia de Oliveira (Doutora em Gestão de Pessoas com ênfase em Gestão de Carreira pela FEA USP, é atualmente Coordenadora de Processos Acadêmicos e Cursos, e Professora de Pós-Graduações e MBAs na FIA, focada no Desenvolvimento de Pessoas)

Fonte – Redação IBEVAR