A retomada do crescimento do varejo americano e a estabilização do mercado transformaram a indústria varejista no maior empregador do setor privado do país, respondendo por quase uma entre cada quatro vagas de trabalho. Desde 2012, mais de meio milhão de vagas foram abertas, número que deverá chegar a cerca de um milhão até 2022.
Em que pese o número de vagas abertas, a velocidade das contratações não acompanha o ritmo de crescimento. A principal causa deste descompasso é a escassez de mão de obra qualificada e competências devido a lacunas na educação e formação, itens que afetam muito em uma indústria que está se tornando mais sofisticados a cada dia.
Neste cenário em que existe déficit de mão de obra qualificada, as empresas devem entender que para reter talentos é necessário oferecer mais que simplesmente um salário alto. Muitas empresas já perceberam a mudança do comportamento do consumidor (preferir um atendimento personalizado ao invés do valor), e agora devem buscar conhecer as mudanças no perfil dos colaboradores, ou clientes internos.
Dado que mudança do perfil nesta geração, tratada por millenial, é comportamental, não é nenhuma surpresa que a busca esteja relacionada entre algo além do dinheiro. Eles procuram por um propósito, algo menos tangível, mas que para cada um tem um valor diferente. Se sentir parte de uma equipe, ter vontade de ser o melhor naquilo que faz, é a diferença para estes novos colaboradores.
Não obstante, o salário é sim muito importante na hora da escolha da atividade. A grande mudança é que o colaborador hoje pode abrir mão de uma remuneração um pouco mais alta para trabalhar em um ambiente que o agrade, onde ele veja propósito em suas tarefas e não esteja unicamente por causa do dinheiro e sim por todo o contexto que aquele emprego oferece.
É necessário também usar todo o conhecimento adquirido a respeito do engajamento do consumidor internamente. O funcionário da empresa é a cara da marca. Não se pode permitir ter um funcionário que não acredite nos valores da empresa, pois se isso acontecer, a sua marca poderá perder o encanto interno e externo. Além de engajar seu funcionário o processo seletivo deve ser criterioso, a fim de evitar candidatos que não vistam a camisa da empresa.
Ainda não descobriram a forma mágica universal de engajamento do colaborador, portanto cada gestor deve ter conhecimento sobre sua equipe e empresa para que possa utilizar da melhor formar possível os pontos fortes da organização em prol de encantar o seu colaborador.
A gestão focada em pessoas não deve surgir apenas quando o mercado está em alta, pelo contrário, no momento de crise onde ocorre um elevado número de demissões é o momento chave para não perder a confiança dos colaboradores que permaneceram. Para conseguir manter ou aumentar o nível de competência no negócio, com a equipe reduzida, é fundamental que sua empresa tenha aprendido a atrair, treinar e manter os talentos.
Fonte: Academia de Varejo | Arnaldo Mello