Todo produto tem um ciclo de vida útil. A ideia de ciclo de vida do produto é algo já a muito tempo trabalhado e conhecido pelo marketing: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Entretanto, ações puras voltadas para campanhas de lembrança e revigoração de marca eram suficientes para garantir a interrupção do ciclo de declínio e a volta do crescimento. Grandes empresas se estruturaram assim.

O mundo, entretanto, mudou. Com os novos comportamentos de consumo, as tecnologias disruptivas e o novo modelo de negócios, é preciso muito mais para se reinventar.

Se seu objetivo é manter sua empresa em ascensão, após os períodos de ascensão, é necessário que haja um planejamento estratégico por de trás de suas decisões, atrelado a seu posicionamento de marca. Propósito e entendimento de qual o “problema” do consumidor solucionado, e não somente o produto atual como solução.

Uma das formas de lidar com esta situação é mudar o caminho em que você está indo e seguir o caminho em que o mercado tomou. Veja alguns exemplos de grandes empresas que estão mudando seu planejamento para não ficarem paradas no tempo

Coca-Cola

Ainda que de uma forma leve, conseguimos perceber uma mudança de posicionamento na estratégia da Coca-Cola. Como uma empresa de seu porte, ela se antecipou ao mercado quando percebeu que seu principal produto, após um século, pode encontrar um fim com está nova geração fitness que cresce cada vez mais. Podemos notar que nos últimos anos a companhia adquiriu muitas empresas de bebidas saudáveis, e além disso, começou a aumentar as campanhas para a Coca-Cola light e a zero. Mesmo líder, a preocupação na diversificação e o reposicionamento para possíveis soluções alternativas a “sede”, em um mercado do consumidor que já aponta indícios mais fortes de mudanças de hábitos de consumo de bebidas pode ser percebida. Tentativa de desvincular a imagem da empresa a uma bebida não saudável, respondendo ao novo mercado de consumidores saudáveis.

Montblanc

Outra empresa que vem se reinventando é conhecida empresa de canetas: Montblanc. Com a chegada da tecnologia (smartphones, tablet e afins), as canetas vêm perdendo visibilidade no mercado. Vender canetas com tantas anotações digitais não é nada fácil. Sendo seu principal business esta venda, a empresa começou a alterar seu foco já visualizando a queda de seus resultados a longo prazo com a manutenção de seu posicionamento inicial. A empresa se direcionou, então, para uma empresa que entende e entrega soluções e produtos de luxo, status, e algo mais. Spas, relógios, acessórios, couros fazem parte hoje de seu portfólio, e garantem a rentabilidade da operação de forma conjunta.

Magazine Luiza

Com o crescimento da importância da geração millennial, o avanço da tecnologia e da chegada de um novo CEO, a Magazine Luiza, varejista com mais de 60 anos de história, vem nos últimos anos mudando seu foco. Com cerca de 790 lojas a empresa hoje é focada nas lojas físicas, mas isto está mudando. Como o Frederico Trajano, seu novo CEO, gosta de dizer: “A Magazine Luiza irá se tornar, sobretudo, uma empresa digital, mas com pontos físicos e calor humano”. Tal mudança faz sentido devido à nova gama de consumidores que cada vez mais prefere realizar suas compras através do e-commerce.

Apple

Quem ousa em falar que o mercado de smartphones irá acabar? A Apple se preocupa com está possibilidade já está se movimentando para não morrer junto com ele. A empresa está investindo em uma nova tecnologia, os famosos carros que dirigem sozinhos, que provavelmente será o futuro. Com isso a empresa garante mais um tempo entre as principais empresas do mundo, até ter outra mudança no mercado e ela ter o desafio de se reinventar novamente.

Você varejista, está preparado para estas mudanças? Você tem um planejamento estratégico para pelo menos os próximos cinco anos? Caso sua resposta seja sim, meus parabéns, você está no caminho certo para prosperar. Caso a resposta seja não, tenha calma, ainda dá tempo. Comece a estruturar um planejamento de um ano, depois aumenta para três e assim por diante, mas não cometa o erro de achar que seu produto jamais será substituído, a tecnologia avança cada vez mais e com certeza criará algo para substituí-lo.

Fonte: IBEVAR | Patricia Cotti, Diretora de Conteúdo da Academia de Varejo; Arnaldo Mello, Colaborador da Academia de Varejo