O Carnaval é uma festa tradicional. Suas origens remontam à era colonial. Com o tempo, o Carnaval no Brasil adquiriu características próprias, misturando elementos das culturas africana, indígena e europeia. Tudo isso misturado produziu batuque inconfundível do samba.

Portanto, a primeira reação à pergunta se o carnaval 2023 vai dar Samba é sim. Porém, a indagação que se deseja ver respondida é: será que o batuque será tão animado como nos anos anteriores?

Essa é a pergunta chave que a pesquisa IBEVAR – FIA Business School respondeu valendo-se de um extenso levantamento do começo de 2015 a 2023, ou seja, até 6 de fevereiro.

Metodologia do estudo

Os dados foram coletados, textos e vídeos, nas mais diversas plataformas e examinados com recursos de IA – Inteligência Artificial e recursos de análise semântica: Natural Language Processing.

O primeiro resultado é que a animação do samba não é mais a mesma. A receita do Carnaval depois de atingir um ápice em 2014 vem declinando quase que de modo recorrente estimando-se para 2023 um valor quase 13% mais baixo que o registrado no topo. Isso em termos nominais, se for considerada a inflação nesse período a queda é de 92%.

As crises de 2015 e a pandemia explicam em parte essa situação. Mas, a verdade é que por conta desses fatores e de outras possibilidades os indicadores do interesse dos consumidores pelos carnavais do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Paulo despencaram.

Patamar reduzido

Em percentuais pode-se dizer que até 2020 o interesse das pessoas pelos carnavais desses principais destinos era 3,5 vezes maior que o registrado em 2021-2023. Nesse patamar substancialmente reduzido, as diferenças de interesse entre esses quatro principais destinos também se tornaram significativamente menores.

A pesquisa também aponta as origens e os destinos dos que se interessam em participar das festividades associadas à data. Por exemplo os nordestinos preferem as cidades da Região, os paulistas, por sua vez, optam preferencialmente pelo carnaval do Rio ou do Nordeste.

Mas, e quanto custa a movimentação?

O Prof. Claudio Felisoni de Angelo, Presidente do IBEVAR e Professor da FIA Business School responde: “O estudo compara a variação percentual do preço médio das passagens no período do carnaval contra um mês a frente. Verifica-se que quando os preços sobem, o aumento é em média de 20%. Do lado da redução, quando eles caem, reduzem apenas 8.7%. Porém, nas observações identificou-se apenas redução em 1⁄3 dos casos”.

Quem se movimenta chega no destino e precisa se hospedar. A pesquisa levantou esses custos para os quatro principais destinos. Por exemplo no Sudeste, os preços mudam substantivamente.

Não apenas os valores absolutos, mas o perfil de aumento também por tipo de hotel. No caso do Rio de Janeiro, a demanda parece ser uniforme em todos os estratos, de modo que a variação de preço é muito mais próxima: o aumento dos hotéis de 2 a 5 estrelas respectivamente são: 117%, 89%, 108% e 129%.

Fonte: IBEVAR