Ao longo dos anos, o mercado brasileiro de Páscoa testemunhou um fluxo constante de inovações de produtos, que contribuíram para um ambiente de varejo mais diversificado e dinâmico.
À medida que os consumidores se tornam mais exigentes e buscam novas experiências, as marcas respondem desenvolvendo produtos novos e diferenciados para atender a essas preferências em evolução.
A Páscoa é o principal feriado cristão. De acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, os cristão somam 88.52% da população brasileira, divididos entre católicos apostólicos romanos (64.44%), evangélicos (22.1%), e o agregado das demais religiosidades cristãs (ex. ortodoxos, mórmons, testemunha de Jeová, etc), compondo cerca de 2% da população.
Profundo significado cultural no Brasil
Com isso, a Páscoa possui um profundo significado cultural no Brasil. Para os católicos, as semanas que antecedem a Páscoa, especialmente durante o período da Quaresma, são marcadas por inúmeros eventos e costumes que contribuem para a atmosfera festiva e moldam o comportamento do consumidor. A Semana Santa, particularmente, é uma parte essencial das celebrações.
Essa data movimenta muitos setores do varejo. Certamente os mais importantes são da produção e comercialização de chocolates. As vendas de ovos de chocolate, símbolo inequívoco da Páscoa, para 2023 deve registrar o mesmo nível que o observado em 2020, 2021 e 2022, mas quase 17% maior que o registrado nos anos 2018 e 2019, período anterior a pandemia.
Queda no varejo
Um dos aspectos a serem observados por essa massa de indivíduos é a abstinência da carne no período da Quaresma, em especial, na Sexta Feira Santa. É aí que o bacalhau aparece. Mas, pelos dados do estudo IBEVAR – FIA Business School, recentemente lançado, cobrindo o período 2016 – 2023, o mais tradicional substituto da carne está diminuindo sua presença na mesa das famílias cristãs. O trabalho realizado com recursos de IA – Inteligência Artificial apurou que as vendas desse produto vêm caindo acentuadamente desde 2017. Na Páscoa de 2023 as vendas de bacalhau serão quase 40% menores que as ocorridas em 2017.
Podem-se apontar diversas causas para essa queda, entretanto, a principal, que praticamente explica completamente esse movimento descendente tem relação com o preço do produto e as restrições de renda dos brasileiros. Apenas para ter uma referência o bombom de bacalhau subiu 150%. Enquanto isso, nesse mesmo período, o rendimento médio real do pessoal ocupado encolheu 3%.
Mas, nem só de bacalhau vive Páscoa
A Páscoa desempenha um papel significativo na economia brasileira, especialmente no setor varejista. O período que antecede o feriado testemunha um aumento nos gastos do consumidor, à medida que as pessoas compram presentes, decorações e alimentos para celebrar com suas famílias e amigos.
A demanda por produtos tradicionais da Páscoa, como ovos de chocolate e outros itens de confeitaria, contribui para um aumento substancial nas vendas no varejo durante este período. Além dos fatores religiosos, outro fator que contribui para a importância econômica da Páscoa no Brasil é o extenso marketing e esforços promocionais de varejistas e fabricantes.
As empresas investem pesadamente em campanhas publicitárias, promoções em lojas e ofertas especiais para capturar a atenção dos consumidores e incentivá-los a gastar mais durante a temporada festiva. Esses esforços promocionais não apenas impulsionam as vendas de produtos relacionados à Páscoa, mas também levam a um aumento nos gastos gerais do consumidor, à medida que as pessoas aproveitam descontos e ofertas sazonais
Segundo o economista e Presidente do IBEVAR, professor Cláudio Felisoni, “essa data movimenta muitos setores do varejo. Certamente os mais importantes são da produção e comercialização de chocolates. Todas as grandes multinacionais do setor estão presentes em nosso território, gerando cerca de 39 mil empregos, entre ocupações diretas e temporárias durante o período da Páscoa. Dentre esses estabelecimentos, 85% são de pequeno porte, com até 19 funcionários, enquanto 46% dos empregos são gerados pelas empresas com mais de 500 funcionários. Estima-se que o valor bruto da produção industrial do setor chegue a R$ 12,2 bilhões, apresentando um aumento de 9% em uma década”, comenta o especialista.
Saiba mais detalhes sobre a pesquisa de Páscoa do IBEVAR – FIA Business School e fique bem informado sobre as projeções do varejo.
.Fonte – Equipe de pesquisa e Redação IBEVAR