Pessoas são agregadoras e sentem-se satisfeitas quando estão em locais em que possam compartilhar experiências, estarem a vontade em ambientes agradáveis com conhecidos que compartilham os mesmos gostos.

Um shopping center pode proporcionar essa busca porque tem ambiente para encontros e ainda tem a comodidade de oferecer tudo em um mesmo lugar, propiciando variedade, comparação de preços e conquistando a fidelização a determinados locais.

Porém, em meio a uma economia que tem prejudicado o bolso do consumidor obrigando-o a reduzir gastos com diversão e priorizar a manutenção de primeiras necessidades e moradia, a frequência em lojas e shoppings centers tem reduzido substancialmente, porque os gastos já começam a ocorrer na entrada com o alto valor pago em estacionamentos.

Nesse cenário de restrição orçamentária, o consumidor do varejo também adquiriu novas formas de comprar, utilizando-se mais do “e-commerce” que oferece variedade, preços que agradam, frete gratuito (em muitos casos), entrega certa e ainda a facilidade de devolução.

Alguns consumidores também optam por esse tipo de compra por não se satisfazer com o serviço oferecido em lojas físicas, locais em que é perceptível a falta de qualificação dos profissionais de atendimento.

Em meio a inúmeras opções de compras, inúmeras razões que levam o consumidor a um modelo ou outro, o varejo físico necessita buscar novas alternativas para atrair e manter seu público, desde que se adaptem aos novos hábitos dos seus clientes.

O estudioso Kevin Ervin Kelley, que é co-fundador e diretor de uma empresa de estratégia e design, estuda como os consumidores se comportam dentro de ambientes físicos e projeta espaços para atrair, influenciar e moldar o comportamento específico do consumidor.

Estuda ainda como os consumidores tomam decisões importantes no estilo de vida – de onde viver e comprar comida, onde estudar ou onde ir de férias. Como diz Kevin, todos somos consumidores de algo e há muito a ser aprendido por entender melhor como os consumidores tomam decisões.

A loja deve propiciar um ambiente em que o cliente encontre acolhimento, atendido por pessoas que vivenciam o mesmo que ele (exemplo se é uma loja de esporte); o atendente deverá falar a mesma língua, compreender as suas dúvidas e auxiliá-lo em suas escolhas e não somente vender! Ser um praticante de esportes.

Um consumidor da marca Harley Davidson, procurará uma loja que tenha em seu layout o visual que se identifica com o seu clube. No site da marca, existem informações sobre serviços diferenciados ofertados em suas lojas. Uma loja patrocina um café da manhã aos sábados, afim de atrair clientes e de proporcionar encontros entre integrantes de moto clubes diferentes. Essa confraternização serve como ponto de encontro de muitos moto clubes que, após o café da manhã, já saem de lá para as suas viagens.

O café também proporciona aos motociclistas, a oportunidade de reencontrarem amigos de clubes diferentes, encontrarem pessoas novas e também aproveitarem para comprar os produtos da marca.

Uma outra loja proporciona um ponto de encontro semanal, onde o grupo se reúne toda quarta-feira, na saída do trabalho e conversam sobre Harley e vários outros assuntos, além de planejarem passeios.

Iniciativas como essas não só fidelizam o cliente como também proporcionam o espaço em que ele se sentirá acolhido e poderá inclusive, comprar pelo impulso do sentimento de pertencer.

Fonte: PROVAR | Maria Rosaria Brognoli