Segundo IBEVAR o cenário para 2022 é preocupante, principalmente, para famílias de baixa renda e trabalhadores informais. 

O Brasil foi um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro retraiu 0,1% no terceiro trimestre de 2021, em comparação aos três meses anteriores, e 0,4% no segundo trimestre. Além disso, o país já vinha enfrentando diversos problemas políticos e sociais, o que corroborou para o aumento do estado de estagflação e recessão econômica do mercado.

Para o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Consumo (IBEVAR), um cenário como esse penaliza, sobretudo, os trabalhadores mais pobres, os pequenos e médios comerciantes e os profissionais autônomos e informais. Segundo Claudio Felisoni de Angelo, economista e presidente do IBEVAR, a previsão para 2022 não é boa. “Estamos vivendo um período de incertezas. Com a inflação na casa dos dois dígitos, reajuste da taxa Selic, alta do IGP-M, crise hídrica e aumento do preço dos combustíveis, o mercado de bens e consumo tende a se retrair cada vez mais, ainda mais no ano que vem, onde teremos eleições presidências no Brasil”, afirma o economista.

Desde 2015, o país apresenta crescimento em ritmo lento. E, considerando os últimos três anos, é possível observar que a inflação, associada a alta do IPCA e ao aumento do desemprego, pressiona o mercado há um estado de estagflação continuo. “O Brasil não é mais aquela potência econômica que vimos há alguns anos atrás. Por conta das diversas crises sociais, políticas e econômicas, agravados pela pandemia do novo coronavírus, já podemos considerar que o país está mergulhado em uma grande recessão, e pior ainda, não possui nenhuma previsão de crescimento acentuado”, pontua Felisoni.

Um mercado que apresente sinais de estagflação precisa ligar o alerta. Este fenômeno é uma das principais ameaças para a população e economia de um país, seja pela sua capacidade de retrocesso econômico ou pelas profundas marcas que deixa na sociedade. Basicamente, o processo de estagflação acontece quando um país passa por um estado de recessão, simultaneamente, a alta do preço dos produtos. “É um cenário terrível. E as consequências são imagináveis, pois uma vez que os juros aumentam, o consumo tende a abaixar e, consequentemente, temos a formação de um ciclo vicioso de demissões e custo de vida elevado”, finaliza o presidente do IBEVAR.