Hoje, 19 de novembro, é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, uma iniciativa das Nações Unidas em parceria com várias instituições de todo o mundo, que tem como propósito encorajar mulheres a liderarem seus próprios negócios e exercerem cargos de lideranças nas empresas.

Apesar de haver ainda muitos motivos para lutar – e muitas conquistas para celebrar – a data é também uma campanha contra a desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

As mulheres vêm conquistando espaços de destaque no mercado de trabalho e na sociedade. Com mais independência e com a necessidade de terem a própria renda, os últimos dez anos mostram que as mulheres já são maioria nas universidades, na população com 25 anos ou mais. Segundo dados do IBGE, 19,4% das mulheres e 15,1% dos homens tinham nível superior completo em 2019, , que também comprovam que elas já atingiram os mesmos níveis de qualificação profissional, inclusive atingindo cargos de liderança em menor tempo.

Conceito original e cenário atual

O conceito de empreendedorismo feminino é compreendido a partir dos negócios idealizados e comandados por uma ou mais mulheres e, também, as iniciativas de liderança feminina, incluindo a atuação das mulheres em altos cargos dentro das corporações.

O cenário hoje é bem diferente de um passado recente. Atualmente é possível citar muitas mulheres que se tornaram referência no mercado mundial, como foi o caso de Jane Fraser, nos Estados Unidos, que se tornou a primeira CEO do Citibank, eleita por um Conselho de Administração com dezessete integrantes, oito deles mulheres. Aqui no Brasil, vemos esse processo se repetindo, com Juliana Azevedo, a primeira CEO da Procter & Gamble, Michele Robert, na Gerdau, Tania Cosentino, na Microsoft, Viveka Kaitila, na GE, Katia Vaskys, na IBM Brasil, e tantas outras.

Este é um tema de tamanha relevância, que a edição do Ranking IBEVAR-FIA 2021 contou com a elaboração da categoria que avalia a presença das mulheres em altos cargos de liderança e teve 3 grandes marcas vencedoras. E a medição da participação das mulheres no mercado de varejo trouxe uma rica dimensão ao prêmio, que já era extremamente relevante e expande sua representatividade de forma singular. Quer saber quais? Clique aqui.

Dados estatísticos

Segundo uma pesquisa realizada pelo Sebrae, com base no ano de 2019, são 9,3 milhões de mulheres à frente de um negócio no Brasil, sendo que 45% delas são chefes de família, ou seja, responsáveis pela principal e, muitas vezes, única renda de seus lares. Apesar de, em comparação aos homens empreendedores, elas terem escolaridade 16% superior, seus negócios faturam 22% menos. Outro dado levantado pelo estudo, é que as mulheres possuem maiores índices de desistência ou falência em relação aos homens. Um estudo da FIESP confirma que a mortalidade de empresas criadas e lideradas por mulheres é superior a 60% em até cinco anos da abertura do negócio, e aponta que muito por questões da falta de rede de apoio. E há muitas formas de ajudar empreendedoras, incluindo a facilitação de acesso a redes de negócios que possam ajudá-las a construir relacionamentos e conexões para ampliar suas empresas. Nos Comitês formados pelo IBEVAR é possível contar com esse apoio por meio dos debates e estudo de áreas específicas do negócio do varejo. Os Comitês incentivam e orientam o desenvolvimento de pesquisas e divulgam informações relevantes para o aprimoramento dessas atividades nas empresas. Saiba mais no Portal do IBEVAR.

O Sebrae também expande o apoio ao empreendedorismo feminino no Programa Sebrae Delas, que fortalece e impulsiona a cultura da participação da mulher nos negócios, protagonizando o desenvolvimento de competências e habilidades de pequenas e médias empreendedoras brasileiras.

Melhores jogadoras em campo

Apesar desses desafios, o Sebrae realizou outra pesquisa, agora em parceria com a Fundação Getúlio Vargas que revelou que as empreendedoras brasileiras foram mais rápidas e eficientes ao implementar inovações em seus negócios durante a pandemia, em comparação com os homens. São 71% das mulheres que fazem uso das redes sociais, aplicativos ou internet para vender seus produtos, quando apenas 63% dos homens usam as ferramentas. Além disso, 11% das mulheres inovam na oferta de produtos e serviços, contra 7% dos homens.

É inegável que a maior presença das mulheres nos negócios traz melhorias para a sociedade, para a economia e para as empresas. O empreendedorismo feminino desempenha um papel social importante na questão do engajamento e diversidade de gênero, mas vai muito além disso.

Na prática, a oxigenação e as novas ideias de mulheres empreendedoras geram benefícios para a economia global e podem redefinir o futuro de serviços e produtos.

Soft-skills

No passado, quando tínhamos mulheres em posição de comando, muitas vezes isso remetia a um entendimento de lideranças masculinas desempenhadas por mulheres, ou seja, havia um padrão a ser reproduzido de certa agressividade e controle, sem espaço para mudanças.

Pois esse padrão está completamente ultrapassado. Em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo, o lugar agora é das lideranças centradas em mais humanidade, mais autonomia de propósito e mais responsabilidade social.
Histórias de sucesso que contam como a participação feminina no mercado foi importante para a estratégia de diversas empresas só crescem no Brasil e no mundo. Sabe o famoso jogo de cintura e a tão necessária flexibilidade? São as conhecidas soft-skills ou competências comportamentais, extremamente valorizadas no mercado atual e facilmente desenvolvidas pelas mulheres.

Fonte: Redação IBEVAR