Tentar ganhar a confiança do consumidor é querer acertar em um alvo em constante movimento, portanto é necessário acertar o “ponto futuro”.

O consumidor, de maneira geral, mudou a relação de consumo. Hoje não consome apenas produtos, quer uma relação de ideais, ou seja, procura consumir de empresas que simbolizem a maneira idealizada dele mesmo: engajado, politizado, responsável, ou simplesmente, socialmente consciente.

Para este consumidor, não é possível se imaginar ao lado de empresas que utilizam seus colaboradores em condições de trabalho inadequadas, envolvidas em escândalos de corrupção ou que reduzam custos em detrimento da segurança dos produtos. A maneira como as pessoas estão conectadas, combinadas com a velocidade, a exposição e o impacto das redes sociais nas suas vidas, fazem com que as pessoas tomem mais cuidado ao associar-se com determinadas ideias e a forma como consomem, tornam isto muito evidente.

As empresas, por outro lado, estão cientes dessa realidade e na sua contínua busca por consumidores que possam ser fidelizados e que conseguem, por meio das redes sociais, disseminar suas relações de consumo, tentam responder a pergunta embutida no título deste texto: como ganhar o consumidor socialmente consciente de hoje ?

A resposta passa uma por palavra chave e que será cada vez mais difícil de estabelecer nas relações de consumo: confiança. Confiança é uma palavra que deriva do latim e na sua origem significa “acreditar plenamente”. Quando pensamos no século passado, observamos o surgimento das grandes empresas, que pelo seu tamanho, importância e duração, eram empresas que as pessoas admiravam, queriam trabalhar para estas empresas, consumir seus produtos era fazer parte deste mundo, resumindo: as pessoas confiavam nas empresas, pois elas traduziam ideias comuns à época.

Atualmente, as empresas não representam mais o sonho do consumidor, as empresas quebram com maior facilidade, estão envolvidas com diversos escândalos, e os esforços feitos para obter a confiança do consumidor, são entendidos como tentativas de manipulação.

O consumidor socialmente consciente é um paradoxo, pois acredita fortemente em ideais, porém, desconfia das instituições, e as empresas estão do lado das instituições.

O caminho para obter a confiança deste consumidor é não abordá-lo diretamente, porém, apoiar causas consonantes com seus ideais e quando o consumidor olhar na direção das causas que acredita, verá a sua empresa por associação, portanto, a empresa não deve reivindicar a confiança para si, deve se beneficiar da confiança do consumidor em algo e estar alinhada com os objetos desta crença, ou seja, menos exclusividade e mais associação.

Fonte: Labfin / PROVAR – FIA | Prof. Me. Rogério Alexandre Gonçalves de Sousa