Pesquisa do Ibevar mostrou que os varejistas aproveitaram a alta da demanda para subir os preços de itens como celulares, videogames e cafeteira

Quem deixou para comprar o presente de Natal na última hora vai acabar pagando mais caro. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro dos Executivos do Varejo (Ibevar), produtos das categorias de eletrodomésticos e eletrônicos ficaram até 33% mais caros na primeira quinzena de dezembro. Em novembro, outra pesquisa do Ibevar já havia mostrado um efeito parecido às vésperas da Black Friday.

Desta vez, os itens que mais subiram foram as pulseiras inteligentes (smartbands), com alta de 33,5%, os videogames (+21,8%) e as cafeteiras elétricas (+21,4%). A pesquisa acompanhou os preços de 6.500 itens de 28 categorias desde o mês de julho de 2020.

Veja abaixo os produtos que mais subiram na véspera do Natal:

Natal x Black Friday
Os produtos que mais sofreram reajustes são, também, os mais citados pelos consumidores nas pesquisas de intenção de compra. O interesse por jogos eletrônicos, por exemplo, subiu 11% desde o mês passado — o aumento da busca é, possivelmente, relacionado ao lançamento do novo PlayStation 5, que chegou às lojas somente em novembro.

O aumento de preços na véspera do Natal foi norteado pelos termômetros dos varejistas, que tentaram aproveitar as demandas específicas para aumentar as margens de faturamento antes do final do ano. A percepção do Ibevar, no entanto, é que as vendas do Natal foram canibalizadas pela Black Friday. Essa tendência já foi verificada em outros anos, mas parece ter se intensifcado em 2020.

“Os resultados não deixam dúvida de que a Black Friday roubou as vendas do Natal. Na promoção de novembro registramos 21 movimentos positivos na intenção de compra. Em dezembro, porém, foi o contrário: 21 categorias de produtos sofreram redução na demanda”, diz o Ibevar, na pesquisa.

Tudo está mais caro
A pandemia do coronavírus causou uma escassez de insumos para a maioria das indústrias. Por causa do aumento de mais de 30% no dólar, os componentes importados também ficaram mais caros. A combinação desses dois fatores causou um reajuste de preços em grande parte dos produtos vendidos no Brasil — desde material de construção até eletrônicos.

O efeito é bastante proeminente sobre os bens duráveis. Alguns dos itens cobertos pela pesquisa ficaram até 44% mais caros desde o mês de julho. Os eventos de compras (Black Friday e Natal) ajudaram a esticar os preços, mas o maior custo do setor de eletroeletrônicos também contribuiu para as altas nas prateleiras.

Veja abaixo os itens que mais encareceram desde julho de 2020:

Fonte: Exame