A análise de risco pode ser realizada através de uma Matriz de Impacto e Probabilidade, que de forma bem simplista, pode ser inicialmente adotada na empresa e fazer toda a diferença na projeção de resultados seguros. 

Em mais um artigo da série sobre a Prevenção de Fraudes, relembro o “Triângulo das Fraudes”, de Donal Cressey, citado em artigos anteriores. A oportunidade é um dos fatores que possibilitam a ocorrência de uma fraude, sendo essa a falha identificada no processo pelos fraudadores.

A análise de riscos é fundamental   

As oportunidades surgem no ambiente interno de uma empresa, onde nem sempre os processos estão mapeados e formalizados. Quando falamos em mapear, não é simplesmente o ato de identificar como um processo deve ser feito, mas, também, entender os riscos que existem para então, evitá-los, mitigá-los ou aceitá-los. Essa análise pode ser realizada através de uma Matriz de Impacto e Probabilidade, que de forma bem simplista, pode ser inicialmente adotada em sua empresa. Seu uso é tão simples, quanto: questionar qual a probabilidade de o risco acontecer e o impacto que ele trará ao negócio, caso se materialize.

É claro que existem outras técnicas mais avançadas para avaliar os riscos de uma empresa, inclusive soluções tecnológicas ótimas como o t-Risk baseado na norma ISO-31000, que produz análises de risco e planos de treinamento.

O entendimento mais relevante neste momento, é que é importantíssimo realizar uma análise dos riscos existentes nos processos de uma empresa. É desta forma que as ações necessárias para correção são realizadas, os controles necessários são implementados ou aceita-se os riscos existentes.

Porém, o mais importante, OS RISCOS ESTÃO RECONHECIDOS e não serão uma surpresa (desagradável) para os negócios.

A materialização do risco

Ao final, chegamos ao ponto que a Perda, nada mais é do que A MATERIALIZAÇÃO DO RISCO que acontece através de uma fraude executada.

Fazendo um parêntese, considero três, os ativos pessoais mais importantes em nossa vida: sua rede de contatos (networking), tempo e fé. Mencionando um amigo que atua na área, Tácito Leite, no momento do desenvolvimento deste artigo, conversamos sobre um ponto muito importante que transcrevo ipsis literis a seguir:

“Apesar de nossas técnicas de análise dos riscos se apresentarem relativamente superiores do que outros métodos/sistemas, por definição, seguem sendo imperfeitos por se tratar de eventos futuros! Por isso a importância de prepararmos/conscientizarmos nossos clientes da necessidade de fazer o dever de casa (processo de avaliação de riscos) mas, é imperativo ampliar a resiliência!”, disse Tácito Leite

De uma profunda reflexão, ele ainda comenta que “A imunidade é mais poderosa do que a Probabilidade!”, como argumenta o General Stanley McChrystal em seu último livro RISK. Usando sua longa experiência militar e a pandemia de Covid como pano de fundo, McChrystal demonstra por que a disciplina de gerenciamento de riscos precisa evoluir para se tornar menos sobre a priorização probabilística de riscos selecionados e mais sobre a construção de uma imunidade natural a todos os riscos

A Resiliência à Interrupção

Em resumo, segundo Tácito, o livro reforça grande parte do pensamento acadêmico da nova era sobre risco & resiliência em um mundo de trabalho complexo e dependente do sistema. Especificamente, à medida que nosso mundo de trabalho se torna ainda mais complexo e disruptivo a cada ano, a Resiliência à Interrupção inevitavelmente se tornará o objetivo principal da disciplina de Gerenciamento de Riscos

Sem sombra de dúvida, o combate às fraudes não é para amadores, assim como o executor das fraudes também não é. O fraudador testou, avaliou, entendeu a falha no processo. A falha no processo está para o fraudador, assim como o risco está para a empresa.

E com uma ótica atualizada e necessária, a Resiliência torna-se o produto final mais importante de todo este processo!

Obviamente, uma falha em um processo, pode ter várias causas (já falamos sobre como identificar causas origem no artigo anterior, caso não tenha lido ou queria consultar, leia aqui) que podem ser humanas, tecnológicas, entre outras.

Muitas empresas não querem saber quais são os seus riscos. É o mesmo comportamento das pessoas que não querem saber os resultados de um exame médico. E quando acontece algo, pode ser tarde demais. A prevenção, em qualquer situação da vida, é sempre a melhor estratégia para evitar perdas para o negócio. Lembre-se: com resiliência!

Não deixe isso acontecer. Vamos juntos combater as fraudes!!

Por: Anderson Ozawa – Comitê de PRACS – IBEVAR

Autor do Livro “Pentágono de Perdas” | Apresentador do Programa “Perda Zero” | Prevenção de Perdas | Riscos | Auditoria | Fraudes – Published Jan 4, 2022